Bate papo com Cláudio, designer e empreendedor

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Olá pessoal, tudo bem? Hoje a Planta apresenta o designer e empreendedor, Cláudio M. da Silva, o mais novo Influencer da Planta 2.0.

LÁPIS E PAPEL NA MÃO!

Desenho industrial! Foi a sugestão que um amigo fez na época em que eu trabalhava com atendimento ao consumidor na Telesp. Eu estava naquele período da vida em que temos tantos ideais, mas não sabemos por onde começar.

Desde pequeno sempre com lápis, papel e canetinhas à mão, desenhava de tudo, e à medida que ia crescendo os desenhos ganhavam mais detalhes e elogios, e os incentivos para que eu seguisse uma carreira de desenhista na mesma proporção. 

E hoje, em uma coincidência incrível enquanto estava escrevendo este artigo, recebi a triste notícia do falecimento de Daniel Azulay, artista plástico, desenhista, pintor e cartunista, vítima do Covid-19. Então abro um parêntese para fazer um agradecimento. 

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Daniel Azulay, tinha um programa diário na TV Cultura, e com ele aprendi a desenhar, pintar, criar brinquedos com canudinhos, isopor, garrafas plásticas entre tantos outros objetos. Com ele descobri que a vida é mais colorida, mais humorada. Triste. Sim é triste ver uma pessoa que fez muito por uma geração partir. Feliz, por sem perceber, passar o que aprendi com ele, para meu filho de 7 anos, e principalmente para o dia a dia do meu trabalho. Obrigado Daniel Azulay! Lápis e papel na mão. Algodão doce!

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Como filho de metalúrgico, o caminho normal seria eu seguir a carreira de engenheiro, principalmente porque todos meus amigos estavam direcionando a vida para isso ou administração de empresa, e eu não conseguia ver-me em nenhuma das situações.

Então resolvi seguir o conselho de meu amigo, e embarquei nesta nova profissão que no cartaz do vestibular dizia: Você irá desenhar de uma agulha a avião, de automóvel a luminária. 

E eu empolgado comecei então ali, minha carreira de desenhista industrial, hoje designer.

Se você perguntasse para um estudante de design qual o segmento que ele pretendia trabalhar, 90% diria que era no setor automobilístico. Era quase um sonho comunitário. 

Uma curiosidade, naquela época, anos 80, as indústrias automobilísticas não tinham exatamente um departamento de design, mas sim de estilo. Os profissionais que ali trabalhavam eram conhecidos como estilistas, e de fato, a entrega era de veículos com forte apelo estético, onde várias escolas foram criadas, como as italianas trazendo sensualidade e esportividade em seus projetos, a inglesa, com elegância e segurança ou americana com força e potência com os muscle cars.

Para os produtos do cotidiano, um misto de beleza e uso, uma vez que em sua origem, com a primeira escola de design a Bauhaus na cidade de Weimar, Alemanha, tinha como princípio a forma e função, o que deixava de certa maneira os produtos com mais racionalidade e menos atrativo do ponto de vista emocional.

Tive a felicidade antes mesmo de terminar a faculdade, de começar a trabalhar na maior empresa de eletrodomésticos do Brasil, trabalhando para as marcas Semer, Consul e Brastemp, e iniciei justamente desenvolvendo fogões.

As limitações técnicas da indústria nos anos 90 não nos permitia criar livremente, e muitas vezes os desenvolvimento de um produto novo era somente um grafismo de painel, e quando muito raro um botão ou um puxador. E aqui entra uma nova fase do design, onde as questões antropométricas ganham atenção na busca de entregar produtos já com foco no uso, mas sempre pensando em requisitos técnicos e ou normativos.

Nos anos seguintes, com o aumento da concorrência, o design ganha mais importância dentro das corporações, sendo responsável em criar uma identidade para as marcas, mas ainda a diferenciação focava em itens técnicos como a briga das capacidades, tamanhos, potências, volumes, enfim, tudo girava em torno da performance.

A grande mudança veio quando as empresas começam a enxergar que as tecnologias são rapidamente alcançadas, e se um produto tem uma performance melhor que o outro, logo isso seria igualado, não que a corrida tecnológica não exista, pelo contrário, mas a inovação em um produto ou serviço, não necessariamente precisa ser baseado em altas tecnologias. E aqui que começa, para mim, a nova era do design. O design centrado no usuário, criar o que realmente é relevante para ele, o que ele precisa de fato, o que irá transformar a vida dele, o que foi chamado por Tim Brown e David Kelley, como Design Thinking.

De acordo com Brown, o Design Thinking é um processo exploratório. “Não são só designers que deveriam prestar atenção: quem trabalha com gestão, administração ou em posições de liderança também se beneficia desse conhecimento. Para Brown, “todos precisamos pensar como designers”.

Mas como fazer com que isso aconteça? A palavra chave é empatia, nosso próximo tema.

Até lá.

Cláudio, é designer e empreendedor, com grande experiência em liderar equipes de design para marcas centradas no ser humano e na inovação, com capacidade de criar estratégias de design alinhadas com o DNA das marcas em todos os pontos de contato com os consumidores, promovendo o envolvimento do cliente, a fim de fornecer um consistente e emocionante portfólio de marcas. Com mais de 20 anos desenvolvendo produtos para as marcas Brastem, Consul entre outras, hoje é sócio proprietário da Paginário Interativo, Design4UX e Tutti Casa Soluções em Organização.

Autor: Cláudio M. da Silva

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