Plant-based: tendência de nicho ou de massa?

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Olá pessoal, tudo bem?

Plant-based: tendência de nicho ou de massa?

Comer de forma saudável é hoje um desejo crescente entre os brasileiros. No entanto, para a maioria não basta ser saudável, precisa ser também saboroso e acessível. E é aí que está a barreira entre o mercado de nicho e massa.

Segundo o estudo Mesa dos Brasileiros (FIESP), o percentual de brasileiros que se considera muito bem informado sobre a importância dos alimentos para a saúde passou de 15% para 21% entre 2010 e 2017. E neste período também aumentou o nível de conhecimento de grande parte dos termos relacionados à alimentação, especialmente Orgânicos e Sustentabilidade, que aumentaram em 26% e 21% respectivamente.

Comer bem e se cuidar virou sinônimo de status e não importa a idade, região ou classe social, o que observamos é cada vez mais as pessoas se esforçando – uns com mais facilidade do que outros – para ter uma alimentação equilibrada. E não é algo mais segregado àqueles com maior acesso à informação ou praticantes de atividade física, hoje o cenário é outro. E isso se deve muito às redes sociais, como o instagram e o papel dos influenciadores digitais e dos ativistas.

Se por um lado o termo “plant based” pode ser melhor compreendido por uma público mais informado, os alimentos à base de plantas, de origem vegetal, mais naturais tem sido democratizado em nosso Guia Alimentar, nas políticas públicas com estímulo a hortas em escolas e inclusão de vegetais na merenda escolar. E claro, fortemente difundido nas comunidades de mães, educadores, etc.

Como reflexo de todo este movimente com foco em saúde, as marcas voltadas para o público de massa tem se movimentado para melhorar o perfil nutricional de seus produtos e até investido em ofertas à base de plantas. No entanto, o que ainda predomina é a adição de nutrientes como fibras, proteínas e vitaminas, seja reduzindo e modificando a lista de ingredientes para que ela fique cada vez mais ‘limpa’. Ou seja, o termo clean label veio para ficar, na massa e no nicho.

No entanto, é natural que produtos com maior valor agregado, uso de ingredientes sofisticados, alta tecnologia aplicada, tenha sua porta de entrada em um público mais nichado, mais antenado em novidades e com maior poder de desembolso para este tipos de produto. Nos Estados Unidos, 51% da população comprou alguma alternativa de alimentos e bebidas à base de plantas no segundo trimestre de 2020, conforme dados do Hartman Group. Por aqui, 29% dos brasileiros alegam estar reduzindo o consumo de alimentos de origem animal, como já trouxemos para vocês (GFI em parceria com Snapcart (2019). Além disso, ano a ano essas categorias vem ocupando um espaço relevante nos pontos de venda e tem agitado o formato de exposição no varejo, como já vimos em nosso último texto.

Se o preço e acesso são um entrave, eles também tem melhorado. Lembre que um ‘hambúrguer’ de plantas da Impossible Burguer, quando lançado em 2016, custava US$12,00, era almejada apenas pelos early adopters, e encontrado apenas em restaurantes diferenciados; no entanto, hoje já é possível encontrá-lo em mais de 5 mil lojas pelos EUA a um preço muito mais acessível, de US$3,00. Somado a isso, a introdução desses hambúrgueres na rede Burger King em 2019 foi um marco que ilustra muito bem como os produtos a base de plantas já estão caminhando para a massa.

Com as bebidas vegetais ocorre o mesmo, já que nos Estados Unidos essa categoria detém 12,6% de market share dos produtores de leite tradicionais. Aqui no Brasil inúmeras marcas oferecem não só as bebidas de amêndoas, mais comuns lá fora, mas também opções com castanhas e ingredientes mais próximos da nossa realidade, como côco, arroz, aveia, castanha do Pará e amendoim, talvez em uma tentativa de criar identidade com uma fatia maior de consumidores daqui. Embora já sejam desejadas por um público mais amplo, o que falta ainda são os preços se tornarem mais acessíveis, já que uma bebida de coco por exemplo custa em média 5x mais caro.

Assim que bebidas e ‘carnes’ se tornarem pouco a pouco mais acessíveis, as categorias emergentes tornam-se os novos atrativos: como os substitutos de queijos, iogurtes e ovos, que cresceram 19%, 39% e 38% entre 2018 e 2019, respectivamente, segundo a Plant Based Food Association. É um começo e ainda precisam amadurecer para ganharem escala e terem seu consumo mais difundido.

Diante disso, se é crescente o desejo por alimentos mais sudáveis, e isso inclui os alimentos e produtos à base de plantas, cabe à indústria investir em alternativas alinhadas à outros anseios d consumidor: clean lable , preço e sabor. Para isso, Aprimorar os processos produtivos, apostar emingredientes regionais ou desburocratizar a regulamentação são alguns caminhos. E você, tem alguma ideia para implementar e com isso democratizar os produtos plant-based?

Autora: Cynthia Antonaccio

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